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POR QUE PRECISAMOS FALAR SOBRE BULLYING?

O Geração Consciente te explica o que é, quais as causas e consequências e como lidar com o sofrimento gerado por essa prática


Antes de tudo, vamos entender o que é bullying: o termo tem origem na palavra bully, da língua inglesa, e significa implicar, agredir ou praticar qualquer tipo de violência com outra pessoa de forma contínua.


O termo, já incorporado pelo nosso vocabulário, serve para definir casos de violência praticados entre crianças ou adolescentes. Ou seja, é importante ter em mente que bullying é uma forma de violência. E é no ambiente escolar que aqueles que agridem e aqueles que sofrem a violência costumam, infelizmente, se encontrar.


Mas, afinal, por que isso acontece? E quais as consequências na vida de quem pratica ou sofre bullying? Bem, no caso do bullying, causa e consequência podem andar bem próximas. Isso porque a violência, de acordo com muitos estudiosos, se perpetua em ciclos – e geralmente quem pratica violência sofreu alguma forma de violência. A violência, segundo a socióloga e advogada Ana Paula Motta Costa, é também usada quando a pessoa não


consegue comunicar o que sente: “Essa teoria foi desenvolvida pela filósofa Hannah Arendt e indica que a violência é a falta de palavra, ou seja, uma criança ou adolescente com comportamento violento age assim porque não conhece outra forma de se expressar, se expressa por meio da violência – e o resultado, sabemos disso, pode ser muito destrutivo para ela e para aqueles que estão em sua volta”, explica.


Na perspectiva de quem sofre bullying, a acumulação de sofrimento é uma realidade que precisa de atenção. Não raro, pessoas que viveram sofrimento intenso causado por piadas, apelidos pejorativos, agressão física e/ou ameaças, podem vir a praticar atos violentos contra si (violência autodirigida) ou contra outra pessoa (violência interpessoal) ou grupo de pessoas (violência coletiva).


Interromper o ciclo de violência é de extrema importância: sabe-se que os efeitos do bullying podem se estender para a vida toda e até mesmo ser fatal. E o caminho para isso, de acordo com Ana Paula, passa por desenvolver a palavra, possibilitar um espaço seguro para que as(os) estudantes conversem entre si e conversem com os(as) professores e demais adultos em quem sentirem confiança.


Professores(as), diretores(as) e outros membros da escola podem fazer mais: a implementação de atividades escolares que estimulam o exercício à empatia, ao afeto e a práticas coletivas podem ajudar – e MUITO – a construir um espaço onde o bullying não tem vez nem voz.


Passar por opressões nunca é fácil. A vítima, normalmente, tem dificuldade de reconhecer e falar sobre o assunto, mas o suporte da escola e responsáveis pode ser essencial para que esse jovem se sinta confortável em se abrir e conversar sobre o caso.


Nesse caso, com todas as partes cientes da situação, a escola tem o dever de acolher e aplicar, pedagogicamente, práticas - que já falamos aqui - que corroborem com o cessar de práticas de violência. A intervenção é essencial. Já a família, deve se empenhar em verificar se a escola realmente está cumprindo o seu papel e, claro, também oferecer à criança ou adolescente todo o suporte emocional e, se possível, até terapêutico.


Fazer hoje do ambiente escolar e familiar um espaço seguro, de afeto e empatia, significa que crianças e jovens cresçam respeitando as diferenças e entendendo seu lugar como futuros cidadãos que vão passar esses ensinamentos para futuras gerações menos violentas e mais coletivistas.



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